Será que essa máxima vale quando se trata de networking? Tenho a sensação que às vezes queremos estreitar relações com uma pessoa profissionalmente, seguimos a cartilha do bom networking, com abordagem de troca, nos colocamos a disposição do outro oferendo aquilo que temos de melhor, nosso tempo e conhecimento, mas simplesmente não recebemos nada em troca.
Por outro lado, existem pessoas valiosas que querem se conectar conosco, porque veem valor no que podemos oferecer, mas não damos tanta atenção para elas.
Porque será que isso acontece? Bora refletir sobre isso? Bora!
É uma história de amor
Nas minhas pesquisas sobre o tema, me deparei com inúmeros estudos científicos que falam sobre essa nossa fixação em quem não nos quer no âmbito amoroso. Mas mesmo em contextos diferentes, as respostas dos cientistas parecem fazer sentido no universo profissional também.
Pra começo de conversa, os cientistas buscaram validar a hipótese de que somos mesmo mais aficionados por aqueles que nos rejeitam, e infelizmente eles validaram essa hipótese como verdadeira.
Em resumo, a resposta do cérebro nesses casos é muito parecida com a de pessoas viciadas em drogas, mas o vício no caso é a pessoa que não está correspondendo as nossas expectativas.
Em seguida, os cientistas buscaram analisar porquê isso acontece, e eles levantaram causas como obsessão, co-dependência e ansiedade, aspectos que precisam de tratamento, mas para o nosso objetivo quero ressaltar outras duas razões:
1. repulsa por rejeição social;
2. aumento da percepção de valor do que não podemos alcançar.
Percepção de valor (sempre ela)
Ambas as razões tem a ver com a nossa busca instintiva por “segurança no bando”.
A repulsa por rejeição social é mais óbvia, pois tudo o que queremos é ser aceitos. Portanto, se alguém que faz parte do grupo nos rejeita, não podemos aceitar de bom grado, ficamos motivadas em mudar esse status de rejeição, e isso acaba tomando uma proporção importante, a ponto de ficarmos aficionadas nessa luta.
Já o aumento da percepção de valor do que não podemos alcançar acontece porque, ao percebemos que aquela pessoa é menos acessível, concluímos que, além de ela ser melhor que a gente, ela é a melhor bando, portanto, também ficamos altamente motivadas já que ser aceita por ela tem mais valor.
A rejeição por essa pessoa traz uma dor maior, mas uma potencial aceitação pode trazer um prêmio ainda melhor.
Mas isso não necessariamente é verdade.
Você percebe que estamos medindo o valor de uma pessoa a partir do ato da rejeição e não dos fatos sobre ela?
Vamos lá, de forma pragmática, uma pessoa não vale mais porque ela te rejeita. Isso é verdade na vida amorosa e também na vida profissional.
Como lidar?
Para lidarmos melhor com isso, além dessa chamada pra realidade dos fatos, deixando de lado as hipóteses sobre a rejeição, o que os especialistas recomendam é não nos viciarmos nos pensamentos do que poderíamos viver se aquela pessoa nos aceitasse.
Ah ela poderia me chamar pro projeto tal, ela poderia me convidar pra tal evento, ela poderia me apresentar tal especialista, eu poderia ter acesso a carteira de clientes dela…
No campo da imaginação tudo sempre acontece a nosso favor, mas a realidade não necessariamente seria essa.
Por fim, foque toda essa motivação e energia com os relacionamentos que são reais, com as pessoas que estão disponíveis e construa pontes com quem troca valor com você. Mesmo que pareça pequeno, o que acontece na realidade é melhor do que aquilo não acontece e fica só na nossa imaginação.
Esse tema é bem importante! Você chegou a introduzir esse assunto esses dias no Instagram né?! Eu confesso que sou péssima em abordar pessoas para iniciar novos contatos, mas sempre estou buscando novas conexões dentro daquilo que estou trabalhando então acaba que as pessoas que me conecto e que não tem medo dessa rejeição conseguem acesso à mim, então enxergo como uma relação positiva pros dois lados (mas isso só acontece pois tento responder todo mundo que entra em contato comigo, tenho esse compromisso com minha marca pessoal).